Site G1, de Campinas – 1/4/2025
A região de Campinas concentrou um terço de todo o investimento na indústria do estado de São Paulo nos últimos três anos.
Segundo a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), da Fundação Seade, a Região Administrativa (RA) de Campinas recebeu R$ 26,7 bilhões dos R$ 82,7 bilhões anunciados entre 2022 e 2024.
E grande parte dessa fatia envolve o setor automotivo. Segundo a Fundação Seade, as empresas têm apostado na modernização de fábricas e no lançamento de veÃculos mais eficientes e sustentáveis.
Dentro da RA de Campinas, formada por 90 municÃpios, destacam-se nesse perÃodo analisado os investimentos de R$ 10 bilhões da Great Wall Motors (GWM), em Iracemápolis (SP); os R$ 5,5 bilhões da Hyundai, em Piracicaba (SP); e outros R$ 4,2 bilhões da Honda, em Itirapina (SP).
Há também aportes acima de R$ 1 bilhão de empresas para construção, ampliação e/ou modernização de fábricas em outros setores de atuação, como o caso da planta da Nestlé que produz café solúvel, moÃdo e em cápsulas em Araras (SP), e da Klabin, com a unidade de papelão ondulado para embalagens em Piracicaba (SP).
Diferenciais
A pesquisadora Margarida Kalemkarian, da Fundação Seade, destaca que caracterÃsticas da região de Campinas, como infraestrutura, logÃstica e vastos centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D), são atrativos para os investimentos já anunciados, mas também estimulam outros negócios relacionados e reforçam a importância econômica da região para o estado de São Paulo.
“Todos esses fatores, todas as vantagens que ela tem, eles contribuem. Embora a gente tenha um determinado valor para a indústria, não fica restrito a isso, porque você tem também a P&D, que é importantÃssima na região. Uma série de empresas multinacionais de grande porte buscam ajuda com o conhecimento cientÃfico instalado na região”, explica Margarida.
A pesquisadora pontua entre os investimentos também de destaque os R$ 200 milhões anunciados pela Pirelli, em Campinas, em busca de novos materiais e pneu mais sustentáveis, bem como da John Deere, de equipamentos industriais, que também desenvolve novos modelos, além de aportes em empresas instaladas na região nas áreas de fertilizantes e agricultura regenerativa.
“Os investimentos da indústria na região eles quadruplicaram. No triênio anterior, foram pouco mais de R$ 6 bilhões. Agora, foram R$ 26 bilhões, e lidera no estado de São Paulo”, diz a pesquisadora.
Dos 82,7 bilhões anunciados em investimentos na indústria em São Paulo entre 2022 e 2024, a RA de Campinas recebeu praticamente R$ 12 bilhões a mais que a RA de Sorocaba, segunda da lista. Veja a relação:
- Região Administrativa de Campinas – R$ 26,7 bi
- RA de Sorocaba –Â R$ 14,8 bi
- RA de Bauru –Â R$ 9,0 bi
- Região Metropolitana de São Paulo – R$ 6,7 bi
- RA de São José dos Campos – R$ 2,6 bi
- RA de Santos –Â R$ 1,4 bi
- Investimentos com abrangência inter-regional (sem especificação de valor para cada região) totalizaram – R$ 21,2 bi
Entre os pontos de destaque da região de Campinas, cita a pesquisadora, está toda a capacidade instalada de centros de tecnologia e desenvolvimento de ponta, como é o caso do superlaboratório Sirius, acelerador de partÃculas que fica no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.
A estrutura que atua como uma espécie de “raio X superpotente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas, reúne pesquisas do mundo todo, e pode ser um estÃmulo para implantação de projetos na região.
“É uma estrutura de primeiro mundo, que pode trazer avanços em diferentes áreas. Como no caso da saúde, que também passa pelo investimento do governo federal no laboratório de biossegurança máxima, o Orion, uma estrutura para garantir que o Brasil esteja preparado para futuras emergências sanitárias, mas que puxa o desenvolvimento de novos produtos, equipamentos”, cita Margarida.
Segundo a pesquisadora da Fundação Seade, os investimentos robustos, que têm aumentado nos últimos anos, trazem uma solidez para região mesmo diante de eventuais incertezas do cenário macroeconômico atual. “Tem bases sólidas, e a gente espera que continue”.
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