Jornal da Franca – 6/09/2023
Artigo de Alexandre Loloian – economista da Fundação Seade
O endividamento decorrente do uso do cartão de crédito e do cheque especial pode ser uma armadilha financeira que afeta muitas famÃlias.
Pesquisa inédita da Fundação Seade mostra que em 2023 o pagamento em dia das dÃvidas assumidas pelas famÃlias no Estado de São Paulo melhorou quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior.
O levantamento foi realizado por telefone e entrevistou 3.704 pessoas com 18 anos e mais, em abril de 2022, e 3.635, em julho de 2023.
O nÃvel de endividamento e os respectivos pagamentos, interfere diretamente no poder de consumo e na qualidade de vida das pessoas, pois parte de seus gastos com alimentos, remédios, moradia e uso de serviços essenciais, como água, gás e energia elétrica, pode ficar comprometida.
59% das famÃlias
Em 2023, 59% das famÃlias no Estado de São Paulo estão endividadas. O interior paulista apresenta maior proporção de endividamento (61%) do que a Região Metropolitana de São Paulo (57%).
Em 84% dos casos de contas em atraso, os motivos são cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos, 31% de financiamento de imóvel ou aluguel e 18% de financiamento de automóvel.
Quando se trata de despesas com alimentação e farmácia, 37% das famÃlias não pagaram em dia esse tipo de despesa nos últimos seis meses. Essa proporção é de 58% entre as famÃlias com menor renda e de 54% entre aquelas que recebiam Bolsa FamÃlia, Bolsa do Povo, BPC ou outro programa de transferência de renda.
Apesar da menor proporção em relação a 2022, ainda há 27% de famÃlias no Estado que não conseguiram pagar em dia suas contas de água, luz e gás nos últimos seis meses da pesquisa. Por faixa de renda familiar, 35% das famÃlias com menor renda não puderam fazer esse tipo de pagamento.
Corte na alimentação
Como consequência dessas dÃvidas, 67% das famÃlias se viram obrigadas a diminuir despesas com alimentação e remédios, proporção que se eleva para 76% nas famÃlias com renda de até um salário mÃnimo.
A proporção de famÃlias que consegue guardar dinheiro se restringe a 10% das famÃlias de até um salário mÃnimo e 62% das famÃlias com mais de 10 salários, desigualdade que se reflete na forma de obtenção de recursos para financiar seus gastos: nas famÃlias de até um salário mÃnimo 49% usa o dinheiro que consegue guardar para realizar suas despesas, provavelmente em função de dificuldades de obter crédito no setor financeiro (apenas 18% o fazem), enquanto nas famÃlias de mais de três salários mÃnimos, 43% obtém crédito em banco ou financeira.
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