Imprensa

08.10.2020

Seade aponta que área da saúde foi a que mais contratou durante a pandemia; comércio mostra sinais de recuperação

Site G1 de Mogi das Cruzes – 6/10/2020
O índice de desemprego aumentou durante a pandemia. O comércio, por exemplo, foi o setor que mais demitiu nos primeiros meses da quarentena. Agora, aos poucos a economia se recupera e novas vagas estão aparecendo. Alguns setores não sofreram esses reflexos. É o caso da saúde.
Nesta área, as contratações de alguns profissionais aumentaram. A enfermeira Tatiana Melo viveu toda a instabilidade que a pandemia provocou no mercado de trabalho. Mesmo trabalhando no setor de saúde, ela chegou a ficar três meses desempregada.
A enfermeira conta que antes da pandemia trabalhava em uma empresa em São Paulo, mas fazia um processo de seleção na Santa Casa de Mogi como enfermeira de UTI neonatal. Ela diz que fez o processo e passou. “Mas nesse meio tempo, entre separar a documentação e iniciar o contrato entramos em pandemia. Então, a empresa que eu trabalhava encerrou o contrato. E a Santa Casa não podia contratar nesse meio tempo. Então, eu fiquei em casa. Eu mandei o currículo para uma outra empresa aqui em Mogi e fui trabalhar no hospital de campanha. Trabalhei por três meses lá. Foi uma experiência muito boa. Quando encerrou o contrato, em 31 de agosto, a Santa Casa entrou em contato comigo novamente e surgiu uma vaga.”
A recolocação no mercado de trabalho, depois de três meses desempregada. “Foi uma doença que surgiu do nada e acometeu muitas famílias. Então, você vê muitas famílias perdendo entes queridos e você da área da saúde se sente impotente. Então, você fica com medo de sair de casa com medo das coisas. Então, quando o hospital de campanha me chamou para trabalhar foi muito bom. Eu tive uma outra realidade.”
Números da recuperação
Um estudo do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), mostrou que, no segundo trimestre deste ano, na Região Metropolitana de São Paulo, onde fica o Alto Tietê, quase 240 mil pessoas perderam o emprego.
O levantamento foi feito com base no cadastro geral de empregados e desempregados, o Caged. Entre abril e junho, a redução no número de contrações foi de cerca de 3%, se comparado com o mesmo período do ano passado.
Na contramão dos dados, a área da saúde, de acordo com o levantamento, foi a que mais contratou. Na região metropolitana foram criadas, entre abril e junho, 7,4 mil novas vagas para técnicos de enfermagem e quase 4 mil para enfermeiros.
Já os vendedores de loja, viram o mercado de trabalho fechar as portas. Sozinho, esse foi o setor que mais demitiu no segundo trimestre de 2020, segundo o estudo do Seade. Entre abril e junho, cerca de 25,2 mil pessoas ficaram desempregadas no comércio. “Nós tínhamos alguns funcionários que estavam em fase de experiência e quando, fecharam todas as lojas, nós dispensamos esse pessoal e foram três meses fechados totalmente. Então, esse prejuízo é total, 100%, não abrimos nenhuma das lojas”, lembra o empresário Rogério Simões.
O empresário é dono de cerca de dez lojas de roupa e material esportivo no Alto Tietê. Com a reabertura do comércio, as demissões já se transformaram em novas oportunidades. Um processo seletivo para contratar novos vendedores está em andamento para as vendas de fim de ano. “Nós contratamos de volta alguns funcionários que eram aqueles que dispensamos na época do fechamento. Alguns já estão trabalhando. E estamos em processo seletivo para chamar o restante e contratar mais para o final do ano”, afirma Simões.
Mesmo em meio a tantas incertezas, o estudante Lucas Barba está otimista com o mercado de trabalho. “Eu acho que está abrindo novas portas agora. Com a reabertura das lojas está começando a aparecer propostas novas. Sim acho que até o final do ano eu consigo um emprego, graças a Deus.”