Imprensa

25.03.2019

Fundação Seade mostra a força da economia criativa no Estado

O Diário, de Mogi das Cruzes – 13/03/2019
Quando há criatividade e inovação como matéria-prima de uma empresa, aí está presente a economia criativa. Nos últimos anos, esse segmento diversificado vem ganhando força no Estado de São Paulo, segundo acaba de mostrar a Fundação Seade no boletim Ensaio e Conjuntura. A economia criativa paulista está baseada em cinco grupos principais: Tecnologia da Informação -TI criativo; Mídia (edição, impressão e audiovisual); Criações Funcionais (publicidade e propaganda, arquitetura e design, moda e Pesquisa e Desenvolvimento criativo); Artes (artes visuais, plásticas e escritas e artes performáticas) e Patrimônio (museus e bibliotecas). A gastronomia também faz parte da economia criativa, além de outros nichos em alta nos últimos anos. A economia criativa é, reconhecidamente, fonte de crescimento em muitos países, destaca o estudo.
Os números
O estudo divulgado esta semana pela Fundação Seade traça o perfil da cadeia da economia criativa paulista com base em seu desempenho entre 2012 e 2016. Segundo a entidade, o IBGE aponta que a economia criativa paulista gerou R$ 75,7 bilhões em valor adicionado (VA) em quatro dos cinco grupos (TI criativo, mídia, criações funcionais e arte) em 2016. Valor adicionado (ou agregado) é o total da produção que serve de referência para o Produto Interno Bruto (PIB).
Quase um terço da indústria
A Fundação Seade destaca que o peso do setor criativo na economia paulista como um todo pode ser avaliado a partir da comparação com outros setores econômicos. Tendo ainda como referência 2016, o valor produzido pela cadeia da economia criativa atingiu quase um terço da indústria de transformação do Estado, que foi de R$ 260 bilhões, ficando à frente da participação no valor de segmentos como alimentos (1,9%), material de transporte (1,4%), máquinas e equipamentos (1,1%), farmoquímico e farmacêutico (1,1%) e refino de petróleo (1,6%).
À frente de outros segmentos
O desempenho da economia criativa paulista situou-se bem acima do resultado alcançado pela agropecuária (2,1%) e pela produção e distribuição de energia elétrica, gás, água, esgoto e limpeza urbana (1,7%). A participação da cadeia foi igual ao resultado da construção civil (4,4%) e pouco abaixo do segmento de transporte, armazenamento e correio (4,9%).
Empregos em destaque
Em 2012, os setores criativos já totalizavam quase 678 mil empregos, 4,9% dos cerca de 13,8 milhões de empregos formais do Estado de São Paulo. Em 2016, o segmento de moda era responsável por 44,9% dos empregos criativos, seguido pelo grupo TI criativo (22,6%) e pelo segmento de publicidade e propaganda (11,6%). O rendimento médio pago no núcleo da economia criativa paulista em 2016 (R$ 3.353,92) era superior ao valor pago para o total dos empregos formais no Estado de São Paulo (R$ 3.160,48).
Conhecimento
O termo economia criativa foi popularizado a partir de 2001 pelo inglês John Howkins através do livro A Economia Criativa. Andrea Matarazzo, autor do projeto “Polos de Economia Criativa”, para estimular jovens empreendedores na capital, diz que a economia criativa forma uma cadeia produtiva baseada no conhecimento. Ele se inspirou na tendência global de distritos criativos existentes em cidades como Miami e Joanesburgo, entre outras. O mapeamento da indústria criativa no Brasil, publicado pelo Sistema Firjan em 2014, estimou que, entre 2004 e 2013, o PIB da indústria criativa avançou 69,8% em termos reais, acima do crescimento de 36,4% do PIB brasileiro nos mesmos dez anos.
Caminho para o crescimento
O incentivo ao desenvolvimento da economia criativa coloca-se como uma opção concreta para a retomada do crescimento econômico, diz o boletim da Fundação Seade, que destaca o caráter dinâmico e a capacidade de gerar emprego e renda. A economia criativa deveria tornar-se, assim, tema central nas preocupações dos diferentes níveis de governo no momento da definição de políticas públicas voltadas ao estímulo do desenvolvimento.