Jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba – 22/5/2025
O número de trabalhadoras domésticas no Brasil diminuiu após a pandemia, refletindo mudanças nas condições econômicas e sociais. Muitas pessoas enfrentaram redução de salários e adotaram o home office, o que levou à diminuição da contratação de serviços domésticos formais. Consequentemente, os moradores passaram a assumir mais tarefas domésticas, resultando na queda de empregos formais na área.
As trabalhadoras domésticas formais, com carteira assinada e direitos trabalhistas, representavam uma parcela significativa da categoria. No entanto, após a pandemia, observou-se um aumento no número de diaristas, profissionais que atuam de forma informal, sem registro. Quando prestam serviços até dois dias por semana na mesma residência, não se configura relação trabalhista, conforme explica a Agência Brasil.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2023, divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Brasil contava com 6,08 milhões de empregados domésticos, incluindo domésticas, jardineiros, motoristas e mordomos. Desses, aproximadamente 1,4 milhão tinham carteira assinada.
Cleusa Aparecida do Carmo, de 53 anos, é faxineira e diarista em Sorocaba. Há mais de cinco anos na profissão, ela não possui registro formal. “Cada dia estou em uma casa; tem algumas que vou duas vezes por semana. Eu tenho faxina para a semana toda, pena que é um serviço desvalorizado, é pesado, e muitos não querem pagar o que é merecido, acham o valor alto. Tem casas que a carga horária chega a ser de 8 a 10 horas por dia”, relata.
Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), 94% das trabalhadoras domésticas são mulheres, 60,7% delas são negras, 61% têm entre 40 e 59 anos, 53% são chefes de domicílio, 39,1% possuem ensino fundamental incompleto e 36,4% têm ensino médio completo.
Empresas de faxina e serviço terceirizado
As empresas especializadas em serviços de limpeza também sentiram mudanças após a pandemia, tanto na procura por profissionais quanto na demanda dos clientes.
Ana Paula Castro, de 32 anos, sócia da franquia Mary Help, que oferece agenciamento de mão de obra, observa que houve uma mudança no perfil dos clientes. “Os clientes passaram a preferir diaristas em vez de mensalistas, e as profissionais também optam por essa modalidade pela flexibilidade nos dias de trabalho e horário”, afirma. Na empresa, a demanda varia de 800 a mil diárias por mês, com mais de 60 profissionais da limpeza, todas mulheres, com idades entre 27 e 62 anos.
Moisés Silva, de 37 anos, diretor executivo da empresa Space Serviços, de Sorocaba, que atua com limpeza terceirizada para condomínios residenciais, empresas e data centers, destaca que a procura por profissionais registrados diminuiu. “O mercado mudou depois da pandemia; antes tínhamos alta procura, hoje não está no mesmo nível”, relata. Atualmente, a empresa conta com mais de 300 profissionais da limpeza, sendo 90% mulheres.
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