Seade na Imprensa
07/10/24
Região do ABC terá mais idosos que crianças em 2035, revela projeção

Em 11 anos, o Grande ABC terá mais moradores idosos do que crianças. Segundo projeção populacional da Fundação Seade, agência de estatísticas do governo do Estado, em 2035 serão 464.779 pessoas com mais de 60 anos e 426.430 jovens de até 14 anos.

Esses dados são referentes à média regional, porque neste ano apenas quatro municípios (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires) atingirão a inversão da pirâmide etária – fenômeno demográfico que ocorre quando a população de idosos é maior que a de jovens.

O envelhecimento populacional nos sete municípios deverá ocorrer apenas em 2045. São Caetano vive essa realidade desde 2020, quando a cidade foi a primeira do Grande ABC a registrar maior quantidade de pessoas mais velhas na comparação com as mais novas.

A pesquisadora e gerente de demografia da Fundação Seade, Bernadette Waldvogel, explica que a projeção populacional até 2050 foi realizada com base no Censo 2010 e que um novo estudo com dados do Censo 2022 ainda será divulgado. Porém a pesquisadora diz acreditar que as novas projeções sigam a tendência apresentada.

De acordo com a previsão do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2030 haverá mais brasileiros com idade superior a 60 anos do que crianças. Outra estimativa do órgão é que em 2046 as pessoas com mais de 60 anos vão ser a maior fatia populacional do País, chegando a 28%.

Os principais motivos para esse movimento são a queda na taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) e o aumento da expectativa de vida, segundo o IBGE. De 2000 para 2023, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo. Mudanças nos padrões familiares e nas decisões reprodutivas ao longo das últimas décadas são algumas das causas para diminuição na taxa de fecundidade no País.

Enquanto a estimativa do número de filhos diminui, a esperança de vida do brasileiro ao nascer passou a ser de 76,4 anos em 2023. Em 2019, um ano antes da pandemia de Covid-19, a estimativa era de 76,2 anos.

A população brasileira vai começar a diminuir em 2042. Segundo projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil deverá atingir o número máximo de habitantes em 2041, com 220 milhões de pessoas, e a partir desse ano começará a encolher até chegar a 199,2 milhões em 2070.

A tendência de diminuição ocorre justamente por conta da baixa taxa de fecundidade, que impacta no nível de reposição populacional, conforme explica a pesquisadora e gerente de demografia da Fundação Seade, Bernadette Waldvogel.

“Desde a década 1960 a fecundidade vem reduzindo. Em 2022, a taxa no Estado de São Paulo era de 1,52 filhos por mulher, número muito baixo. A curto prazo, se continuar essa tendência de redução, a população vai passar a diminuir porque já não há um número de nascimentos que supere o número de óbitos”, destaca a pesquisadora.

Bernadette pontua ainda sobre a esperança de vida em relação ao crescimento populacional. “Por outro lado, temos o envelhecimento da população, que apesar da alta na expectativa de vida, são pessoas que estão envelhecendo e que não viver para sempre. Por conta do alto número de pessoas mais velhas, os registros de óbitos aumentam, enquanto o de nascimentos diminuem. Essa diferença do crescimento vegetativo tende a ficar negativo no futuro”, finaliza a gerente de demografia.

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