Imprensa

02.01.2024

PIB do Estado de São Paulo desacelera em outubro, segundo os dados anuais

O PIB do Estado de São Paulo de outubro de 2023 recuou 0,4%, em relação a setembro e com ajuste sazonal, aponta a Fundação Seade. Indústria e serviços registraram leve variação positiva de 0,1%, enquanto a agropecuária teve queda de 2,2%. Na comparação com outubro de 2022, a economia paulista apresentou retração de 0,6%, sendo registrado crescimento de 1,8% na agropecuária, estabilidade nos serviços (0,0%) e queda de 0,9% na indústria. Em termos anuais, o PIB cresceu 1,1% em outubro, mostrando continuidade do processo de desaceleração da atividade já que, ao final do primeiro semestre, a taxa anual estava em 2,8%. Nessa base de comparação, foram computados avanços na agropecuária (1,6%) e nos serviços (1,9%), enquanto a indústria oscilou negativamente, com taxa de -0,1%.

Com esses resultados, as projeções da Fundação Seade para o PIB paulista em 2023 têm mínima de 0,5%, média de 0,7% e máxima de 0,9%. E as projeções para o PIB do Brasil apresentam mínima e média de 2,4% e máxima de 2,5%.

Os resultados recentes mostram uma tendência de desaceleração do PIB paulista, com poucas chances de reversão a curto prazo, na medida em que os juros continuarão elevados, a despeito do ciclo de cortes em curso, sendo que as projeções do Relatório Focus de 18/12 apontam para a Selic encerrando 2023 com taxa real de 6,9% (IPCA como deflator).

No que diz respeito a 2024, as projeções mais recentes da Fundação Seade para o PIB paulista têm mínima de 1,0%, média de 1,4% e máxima de 2,0%. Em relação ao PIB brasileiro, as taxas projetadas têm mínima de 0,5%, média de 1,0% e máxima de 1,3%. É importante observar que, como o passado recente tem grande influência nos modelos utilizados, sua precisão é menor quanto mais longo o horizonte de tempo considerado.

Atualmente, já podem ser identificados fatores com potencial para alterar a trajetória das economias brasileira e paulista em 2024, como o comportamento da inflação que, apesar de se mostrar sob controle, é suscetível a choques externos e eventuais alterações causadas por tensões geopolíticas no mundo e eventos climáticos extremos, fatores que podem interferir no ciclo de cortes da Selic, comprometendo a evolução da atividade econômica.

A atividade econômica do Estado de São Paulo é bastante sensível ao movimento de elevação dos juros, ou seja, a economia paulista é pró-cíclica, mas responde de forma mais lenta aos ciclos de cortes da SELIC, provavelmente em decorrência do fato de que a transmissão dos juros básicos para as demais taxas é rápida nas altas e mais morosa nas baixas, uma vez que o sistema financeiro brasileiro é notadamente avesso a riscos. Desse modo, serão necessários novos cortes na Selic e um tempo mais prolongado para a atividade econômica em São Paulo reagir.

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