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15.03.2024

N° de mães paulistas com mais de 40 anos subiu 64% em 12 anos; veja os cuidados na gravidez tardia

O Estado de S. Paulo – 15/03/2024

De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos (Seade), com base em dados do “Perfil da Mulher no Estado de São Paulo”, houve uma mudança significativa no perfil etário da maternidade entre 2010 e 2022. O estudo revela que o número de mulheres paulistas que se tornaram mães depois dos 35 anos subiu 40% ao longo dos 12 anos de análise. Quando se trata especificamente daquelas com mais de 40 anos, o aumento foi de 64% no mesmo período.

Segundo Lúcia Mayumi Yazaki, demógrafa e pesquisadora da Fundação Seade, os dados não refletem apenas a realidade regional, mas também uma tendência nacional, como mostra pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira, dia 8. Segundo o levantamento, o número de brasileiras que se tornaram mães com mais de 40 anos cresceu 65,7%, passando de 64 mil em 2010 para 106,1 mil em 2022. Quando se trata de mulheres entre 30 e 39 anos, o aumento foi de 19,7%.

Essa mudança pode ser atribuída à disseminação de informações sobre métodos anticoncepcionais e à busca por estabilidade emocional e financeira. Independentemente dos motivos, para Luciano Pompei, ginecologista e presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), é necessário entender que uma gravidez considerada tardia, ou seja, após os 35 anos, exige cuidados especiais – sobretudo se ocorrer depois dos 40 anos. É importante entender que, com o passar do tempo, os óvulos também envelhecem, e esse processo é marcante especialmente a partir dos 35 anos.

Segundo Rafaela Cecílio Sahium, mastologista e ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, isso aumenta o risco de algumas complicações, como aborto espontâneo e parto prematuro. Além disso, há um risco maior de doenças como diabetes e hipertensão entre as mulheres, além de uma probabilidade aumentada de ocorrência de alterações cromossômicas no bebê, como é o caso da síndrome de Down e de Patau.Porém, Pompei ressalta que, apesar dos eventuais riscos associados à gestação tardia, não há motivo para pânico. De acordo com ele, o pré-natal é o ponto central para garantir uma evolução positiva. “Trata-se do pilar fundamental para uma gravidez tranquila e com menos complicações”, resume. Ele observa ainda que, se for possível, vale a pena iniciar a avaliação médica antes mesmo da concepção, permitindo uma análise completa das condições da mulher, inclusive com exames para detectar problemas pré-existentes. Dessa forma, é possível reduzir ainda mais o risco de intercorrências.

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