A Fundação Seade acaba de publicar uma pesquisa que busca captar a percepção em relação aos serviços culturais disponíveis em todas as regiões administrativas do Estado de S. Paulo, como cinema, biblioteca, museu, show ou espetáculo de música, dança, teatro, circo ou outras artes.

Além de contribuir para o aprimoramento das políticas culturais, a pesquisa desempenha um papel crucial ao delinear um panorama detalhado em uma área que frequentemente carece de indicadores, como é o caso da cultura.

O estudo abrange uma série histórica de quatro anos. Os dois primeiros anos foram conduzidos antes da pandemia de Covid-19, enquanto os dois últimos foram realizados após a pandemia.

A frequência ao cinema, por exemplo, varia de acordo com diferentes características demográficas. Os dados apontam uma maior participação entre os mais jovens, aqueles com maior escolaridade, residentes em municípios de maior porte e entre a população com renda mais alta. Além disso, não se notam diferenças entre os sexos, ou seja, homens e mulheres frequentam os cinemas em proporções semelhantes.

Em 2023, 64% das pessoas de 18 a 29 anos foram ao cinema no Estado, enquanto entre aquelas com 60 anos ou mais essa proporção foi de 22%. E somente 18% dos residentes dos municípios de menor porte (até 20 mil habitantes) frequentaram algum cinema, em contraste com os 42% entre os moradores de municípios de maior porte (acima de 500 mil habitantes).

Outro dado que chama a atenção é que após a pandemia aumentou o número de pessoas que não frequentaram nenhuma atividade cultural. Em 2023, todas as atividades culturais apresentaram queda na participação da população, em comparação a 2018, com destaque para o cinema, que registrou a maior redução. Em 2018, 50% da população frequentou sessões de cinema, enquanto em 2023 essa proporção diminuiu para 36%, representando um decréscimo de 14 pontos percentuais. Adicionalmente, um em cada quatro respondentes afirmou não ter frequentado nenhuma atividade cultural em 2023.