Imprensa

01.12.2021

Projeções populacionais apresentam consonância com o crescimento vegetativo real

A Fundação Seade decidiu avaliar se suas projeções populacionais elaboradas para os anos de 2020 e 2021 continuam válidas diante das incertezas pelo adiamento do Censo Demográfico de 2020 e pelos impactos demográficos causados pela pandemia da Covid-19. Para tanto, realizou-se uma análise detalhada das populações projetadas, tendo como referência estimativas elaboradas com base no crescimento vegetativo real (diferença entre nascimentos e óbitos), a partir de estatísticas anuais produzidas com as informações sobre os eventos vitais enviadas ao Seade pelos Cartórios do Registro Civil dos municípios paulistas. Os resultados mostraram grande convergência, tanto para o total do Estado de São Paulo, quanto para suas regiões e municípios, com diferenças variando apenas entre -1% e 1%, fortalecendo a adequação das projeções originais.

As projeções de população são fundamentais nas atividades de planejamento, representam o denominador na elaboração de diversos indicadores socioeconômicos e contribuem para o delineamento e monitoramento de políticas públicas. São decisivas nos períodos pós-censitários, uma vez que os censos demográficos, que oferecem retrato mais preciso e detalhado da população, só ocorrem a cada dez anos. A Fundação Seade é responsável, no Estado de São Paulo, pelas projeções da população por idade e sexo de suas regiões e municípios.

Componentes demográficos

Para as projeções elaboradas para 2020-21 foram consideradas como ano-base as informações censitárias de 2010 e a formulação de hipóteses de comportamento para os componentes demográficos, ou sejam, a fecundidade, a mortalidade e a migração.
No caso da fecundidade, o indicador utilizado é a taxa de fecundidade total, que representa o número médio de filhos por mulher e é calculada a partir das estatísticas de nascimento segundo a idade da mãe. As hipóteses sobre a evolução futura da fecundidade baseiam-se na análise da tendência observada nas regiões paulistas e no comportamento registrado em outros países.

Para o período entre 2010 e 2020, considerou-se redução lenta dos níveis de fecundidade, uma vez que ela já registrava valor relativamente baixo. A expectativa foi de que, no quinquênio 2015/2020, as mulheres residentes no estado de São Paulo teriam, em média, 1,65 filho, lembrando que em 2010 elas tinham 1,68 filho. Para as regiões, considerou-se maior homogeneização de seus níveis, como já tem sido observado ao longo de períodos anteriores, alcançando patamares cada vez menores. Em todos os cenários formulados, a tendência futura seria de queda ou de estabilização, mas não de aumento, pois ao longo da evolução da fecundidade da mulher paulista esse comportamento não foi observado.

No caso da mortalidade, o principal indicador é a esperança de vida ao nascer, determinada a partir da construção de tábuas de mortalidade baseadas nas estatísticas de óbitos por idade e sexo. Nesse caso, também se analisam as tendências das causas de morte, que ajudam na compreensão da evolução passada da mortalidade e no delineamento de perspectivas futuras.
O cenário prospectivo para a mortalidade no estado pressupôs avanço em direção a patamares mais elevados de esperança de vida, projetando para o quinquênio 2015/2020 um valor de 73,9 anos para a população masculina e 80,3 anos para a feminina. Em 2010 a vida média paulista era de 71,4 anos para homens e de 78,6 anos para mulheres.

Já entre as regiões do Estado encontram-se grandes disparidades, com variações de vida média de 3,4 anos entre os homens e de 2,2 anos entre as mulheres, no ano-base de 2010. Para o futuro, projetou-se maior homogeneização desses níveis, com redução dos diferenciais entre o maior e o menor nível regional.

Em relação à migração, o indicador utilizado é a taxa líquida de migração, que relaciona o saldo migratório anual (entradas menos saídas de migrantes) com a população média do período. Para o Estado de São Paulo e suas desagregações, o saldo migratório foi estimado pela diferença entre o crescimento populacional observado entre dois recenseamentos e o saldo vegetativo do período.

A análise da tendência migratória revela que o volume do saldo vem se reduzindo, sua contribuição no crescimento populacional tem sido cada vez menor e a taxa líquida anual de migração no período de 2000 a 2010 foi a menor já registrada na história paulista recente: 1,21 migrante por mil habitantes. Para o quinquênio 2015/2020, a taxa anual de migração esperada foi de 0,78 migrante por mil habitantes.
As perspectivas futuras apontam para maior convergência das tendências regionais, em que áreas com migração positiva registrariam taxas cada vez menores, ao passo que aquelas com tendências negativas tenderiam a taxas praticamente nulas.

 

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