Imprensa

16.01.2023

Números da mortalidade infantil abrem discussão sobre novas ações

Diário de Suzano, 14/01/2023

Cidades com aumento na taxa de mortalidade infantil estão desenvolvendo programas, investimento no pré-natal de qualidade na rede assistencial de saúde, discussão de caso a caso do óbito infantil e redes de saúde com foco no desenvolvimento dos recém-nascidos, para diminuir o número de óbitos.

O DS verificou com as Prefeituras quais iniciativas estavam sendo feitas depois dos dados divulgados pela Fundação Seade e analisados pelo DS na última quarta-feira (4), apontarem quatro municípios com aumento nos casos.

Os locais com crescimento no número de óbitos são Poá, Guararema, Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel, Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba, em ordem de crescimento da taxa.

A Fundação Seade calcula a mortalidade a partir do número de bebês que morrem a cada mil nascimentos. No Alto Tietê, também houve queda em Suzano, Biritiba Mirim, Arujá e Salesópolis.

Suzano foi a única entre as cinco principais da região (Mogi, Itaquá, Ferraz e Poá) que teve redução na taxa de mortalidade. O percentual de queda foi de 14,68%, segundo a Fundação Seade. A taxa em 2020 foi de 9,94 e passou para 8,48 no ano seguinte.

Segundo a Prefeitura de Suzano, entre as ações que contribuem para a queda deste índice, está o fortalecimento da Rede de Atenção Materno Infantil (RAMI) que, em 2022, realizou 2.323 atendimentos em pré-natal. A promoção do Ambulatório de Alto Risco Infantil também está entre as iniciativas, com foco no acompanhamento de recém-nascidos após alta da UTI neonatal da Santa Casa de Suzano, sobretudo de bebês com patologias ou prematuridade.

Poá, por exemplo, teve o maior aumento. A taxa cresceu em 53,03%, passando de 10,2 para 15,61 em 2021. A Guararema registrou o maior aumento na taxa de mortalidade, passando de 4,54 para 9,88 em 2021, um aumento de 117%.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que no ano de 2021, o município apresentou 4 casos de mortalidade infantil, sendo 3 neonatal precoce, que ocorrem entre o nascimento e os seis dias de vida, em casos de gestantes que estavam em assistência no pré-natal de Alto Risco, com partos que ocorreram em maternidades de referência para assistência de maior complexidade.

Segundo a secretária, Adriana Martins, a avaliação desses índices deveria ser feita de maneira individualizada, com atenção à ?evitabilidade? do caso. No entanto, o indicador de mortalidade infantil não leva em consideração esse importante fator.

?É de extrema importância que a gestão tenha essa avaliação, se o caso era evitável ou não. Em Guararema existe um Comitê Municipal que realiza essa análise, inclusive com o papel de aportar recomendações, quando necessário.

Em seguida aparece Santa Isabel com aumento de 73%. Na cidade a taxa passou de 6,13 para 10,61.

Segundo a Secretaria de Saúde, ?nós analisamos este dado observando diversos fatores, entre eles, os dados dos anos anteriores. Embora houve esse aumento de 2020 para 2021, se compararmos com demais anos, podemos notar que estamos dentro da média, o que reflete a manutenção dos serviços de saúde, especialmente os que interferem diretamente no indicador de mortalidade infantil?.

Ainda explicou que ?embora não conseguimos manter a taxa abaixo de 10, que era o foco, mesmo assim, ainda conseguimos analisar que estamos no caminho certo quando investimos em pré-natal, no parto e na puericultura e nossa meta é mantermos este indicador abaixo de 10?.

Entre as ações realizadas, estão discussão de caso a caso do óbito infantil no Comitê de Mortalidade materno-infantil, investimento de pré-natal de qualidade na rede assistencial do município, fortalecimento do contrato com a maternidade da Santa Casa de Santa Isabel, fortalecimento no atendimento de puericultura das crianças pela rede de Atenção Básica do Município.