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Embora não constem no grupo de risco nem liderem as estatísticas sobre o número de mortos pelo novo coronavírus, a idade média das pessoas infectadas continua caindo. No início do mês, era de 46 anos, e agora está em 44,6 anos. O último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, aponta que a maioria dos casos confirmados permanece concentrada na faixa dos 30 aos 39 anos, que representa 25,3% do total. A prevalência das mortes, no entanto, está na faixa acima dos 60 anos, com concentração entre os maiores de 80 anos — a média de idade dos óbitos é de 72,2 anos.

“Não temos mais grupos de risco. Hoje, todos nós somos. Não tem idade, raça, nenhuma característica humana que separe os mais ou menos vulneráveis ao novo coronavírus. Só nas mortes há uma diferenciação, que são as doenças pré-existentes”, disse o secretário municipal de Saúde, Carmino de Souza, que reforça a necessidade de isolamento, mesmo com a retomada gradual das atividades.

Esse rejuvenescimento da Covid-19 no Município segue a tendência mundial da doença, apesar de, nos países europeus, a proporção de pessoas acima de 60 anos na população ser maior do que no Brasil. Aqui, ela representa 14% da população, enquanto na Espanha e Itália, por exemplo, mais de 25%. Em Campinas, pessoas com mais de 60 anos são 15,5% da população, segundo a Fundação Seade.

“A Covid-19 tende a ser mais grave a partir dos 60 anos, especialmente naqueles que têm doenças prévias. Mas isso não quer dizer que os jovens sejam imunes, porque a doença está levando a quadros graves também entre os mais jovens”, afirmou o sanitarista Pedro de Oliveira. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), grupos de jovens adultos são vetores de transmissão do coronavírus.

O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde na sexta-feira mostra que o crescimento da infecção pelo coronavírus começa a se concentrar a partir dos 20 anos — na faixa anterior, de 0 a 9 anos há 43 confirmações até 10 de junho e entre 10 a 19 anos, 64 casos. A partir daí, o aumento é significativo. Entre 20 a 29 anos há 457 pessoas infectadas.

Sobe para 781 na faixa dos 30 a 39 e começa a decrescer: 685 entre pessoas entre 40 e 49 anos, 461 na faixa dos 50 a 59 anos, 301 entre 60 e 69 anos, cai para 139 na faixa dos 70 a 79 anos e para 146 acima dos 80 anos. Já em relação às mortes, os casos aumentam a partir dos 50 anos. Entre pessoas de 50 a 59 foram 14 óbitos, subiu para 28 entre 60 e 69 anos, para 33 entre 70 e 79 anos e para 47 na faixa acima dos 80, onde dos 146 infectados, 32,2% morreram pela Covid-19.