Imprensa

06.03.2023

Número de nascimentos na região em 2022 é o menor no século 21

O número de nascimentos na RPT (Região do Polo Têxtil) em 2022 foi o menor do século 21, de acordo com os dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). Ao todo, foram 10.735 nascimentos contabilizados. Pela primeira vez desde 2001, a região não atinge os 11 mil nascimentos.

Este é o quinto ano consecutivo de queda na natalidade. O número é, inclusive, menor do que no início dos anos 2000, quando os municípios locais tinha população menor. Americana, por exemplo, tinha pouco mais de 180 mil habitantes. Hoje, tem 243 mil.

A cidade com mais nascimentos em 2022 foi Sumaré, segundo o levantamento do Seade, que faz um refinamento dos dados do Registro Civil do Estado. Com exceção de Americana e Hortolândia, todas as outras bateram recorde negativo de nascimentos neste século.

“Existe um grupo de mulheres, bastante relevante, que não quer mais ter filhos. Cerca de 20 a 30 anos atrás, era normal que uma mulher se casasse e tivesse filhos, geralmente de um a três. Atualmente, a gente já consegue constatar que o número de mulheres em idade reprodutiva que não têm filhos está aumentando”, explica Lúcia Mayumi Yazaki, analista de projetos da Fundação Seade.

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A tendência de queda na natalidade tem sido constatada há algum tempo. Uma pesquisa da Fundação Seade, publicada em 2003, mostrou que nos anos 80, na Região Administrativa de Campinas, o número médio de filhos por mulher em idade fértil (15 a 49 anos) era de 3,3. Em 1991, o índice caiu para 2,3, e, em 2001, teve nova queda, para 1,7. Em 2021, a RPT apresentou uma média de filhos por mulher de 1,4.

“Uma mulher, quando está grávida, a chance de ser menino ou menina é de 50%. Então, se ela tiver dois filhos, pode ser um de cada sexo que é o necessário para gerar uma vida. Quando a taxa de fecundidade está abaixo de dois, isso significa que um dos sexos não irá nascer, o que já indica uma redução na natalidade e até mesmo uma redução populacional”, aponta Lúcia.

Mortes

Outro número que também apresentou queda na RPT em 2022 foi o de óbitos: foram 6.695 contra 8.720 em 2021, o pior ano da pandemia da Covid-19.

Com a contabilidade de mortes ainda alta e com a queda na natalidade, a região teve um saldo vegetativo (número de nascimentos menos o número de óbitos) de apenas 4.040 pessoas. De 2001 a 2019, o saldo se manteve estável na casa de 7,2 mil pessoas por ano.

Santa Bárbara d’Oeste foi o município mais afetado neste número, já que a média caiu três vezes desde o agravamento da pandemia em 2020. No ano retrasado, por exemplo, o saldo vegetativo da cidade foi menor que o de Nova Odessa (121 a 112).