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02.08.2021

Renda do trabalho decresce; pobreza e desigualdade crescem na Região Metropolitana de SP

De acordo com estudo do Seade, entre 2019 e 2020, a renda média do trabalho diminuiu 8% em termos reais. Esta queda ocorreu para todos os segmentos populacionais e todas as formas de inserção no mercado de trabalho da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP. Somados os decréscimos da ocupação e da renda do trabalho, o impacto sobre a renda domiciliar per capita foi forte, com redução de 23% no período. Em decorrência, mais da metade das famílias residentes na RMSP passou a dispor de renda menor em 2020 do que em 2019.

Ocupados que permaneceram no mesmo trabalho perderam menos renda

A redução da renda do trabalho foi generalizada sendo que os ocupados que se mantiveram no mesmo trabalho entre 2019 e 2020 tiveram perdas de 9,9%, enquanto entre aqueles que mudaram de trabalho a queda foi quase o dobro, de 18,1% em termos reais.

Em 2019, os ocupados que não mudaram de trabalho ganhavam, em média, 56% a mais do que aqueles que mudaram, diferença que cresceu para 71% em 2020.

Cresceu a desigualdade de renda entre os ocupados que não mudaram de trabalho

Por posição na ocupação, as reduções foram muito maiores entre os que trabalhavam por conta própria em 2019 e em 2020, cujo rendimento real decresceu 15% em apenas um ano. O rendimento dos que permaneceram em postos assalariados também diminuiu no período, mas menos intensamente (7%). Em decorrência, a diferença de remuneração entre os dois segmentos aumentou, com a renda dos conta própria 26% menor do que a dos assalariados, percentual que correspondia a 19% em 2019.

Por atributos pessoais, mulheres (14%) e pessoas de 40 anos e mais (11%) tiveram perdas maiores do que homens e pessoas mais jovens. Por instrução, a redução da renda média do trabalho foi de 10% em termos reais, independentemente do nível de escolaridade. Como diferencial, houve retração maior da renda média entre pessoas não negras do que entre as negras, mas estas permaneceram ganhando, em média, 77% da remuneração das não negras.

Forte queda da renda domiciliar, mesmo com recebimento do auxílio emergencial

A renda das famílias residentes na RMSP foi afetada por dois movimentos desfavoráveis em 2020: de um lado, a diminuição no número de ocupados, da ordem de 1,37 milhão de pessoas; e, de outro, a generalizada redução da renda do trabalho. O resultado foi uma queda de 23% na renda domiciliar per capita, que passou de R$ 1.614 para R$ 1.242 por pessoa, entre 2019 e 2020.

As famílias que receberam o auxílio emergencial já tinham renda per capita menor em 2019 e foram mais afetadas pela crise em 2020. Sua renda média por pessoa diminuiu 25%, chegando a R$ 779, menos da metade da renda per capita das famílias que não receberam o auxílio (R$ 1.680).

Esta diminuição fez com que, em 2020, 59% das famílias residentes na RMSP tivessem renda per capita menor do que em 2019. Este empobrecimento deveu-se a uma redução expressiva na parcela de famílias com renda igual ou maior do que um salário mínimo per capita.

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