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A natalidade e o perfil das mães em São Paulo
O Estado de S. Paulo – Editorial – 12/05/2021
Cai o número de nascimentos, diminui a fecundidade (número de filhos por mulher) e aumenta a proporção de mães com mais de 30 anos de idade ? e diminui a das com menos de 20. Estas são algumas das tendências dos nascimentos e do perfil das mães no Estado de São Paulo que, observadas já há algum tempo, parecem fortalecer-se nos últimos anos.
Elas constam do boletim sobre demografia divulgado pela Fundação Seade. O estudo baseia-se nas informações estatísticas do Registro Civil relativas a 2020.
Essas estatísticas processadas pela equipe técnica da Fundação Seade apontam que, em boa parte da década passada, o número de nascimentos no Estado de São Paulo oscilou entre 600 mil e 626 mil por ano. Desde 2017, porém, o número vem caindo (612 mil naquele ano, 606 mil em 2018 e 580 mil em 2019). Em 2020, nasceram 549 mil crianças.
Com esses números, a fecundidade paulista caiu de 1,7 em 2010 para 1,6 em 2020. É uma variação pequena, mas ela ocorre com índices de fecundidade já baixos se comparados com as médias observadas há duas décadas no País e mesmo se cotejados com os de países industrializados.
Pouco tem variado a razão de sexo entre os nascidos vivos. Em 2010, nasceram 296 mil meninos e 282 mil meninas, daí resultando a razão de 105 meninos para 100 meninas, comparável à observada em todo o mundo. Em 2020, com o nascimento de 284 mil meninos e 268 mil meninas, a razão subiu um pouco, alcançando 106 para 100.
A mudança mais notável e socialmente mais destacada é o aumento da idade média das mulheres que engravidam. É tendência mundial o aumento da proporção de mulheres que têm seu primeiro filho após os 30 anos. Os dados da Fundação Seade deixam evidente a mudança na estrutura etária das mães no Estado de São Paulo. Entre 2010 e 2020, a proporção de mulheres que foram mães com menos de 20 anos caiu de cerca de 15% para menos de 10%. Já a de mães com 30 anos ou mais passou de 34% para 43%.
O aumento da idade da mãe está ligado ao aumento de renda e do nível de escolaridade. Mais mulheres adiam a gravidez para poder concluir sua formação acadêmica ou ascender profissionalmente até se firmar no mercado. Essa mudança é mais notável nas classes de renda mais alta.
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