Imprensa
Grupos de risco: menores cidades do Vale têm percentualmente maior quantidade de idosos
Jornal O Vale, de SJCampos – 29/04/2020
Dez das menores cidades do Vale do Paraíba também têm a maior taxa de população acima de 60 anos da região, segundo dados da Fundação Seade. Em média, o Vale tem 15% da sua população com mais de 60 anos, sendo 374,4 mil pessoas num universo de 2,48 milhões de habitantes.
Os grupos acima de 60 anos e pessoas com doenças crônicas e outras comorbidades são considerados os grupos de risco para o novo coronavírus, com maior chance de desenvolver formas graves da doença e até de ir a óbito.
Na pirâmide da maior idade do Vale, a cidade de Natividade da Serra (6,6 mil habitantes) tem a maior quantidade de pessoas com 60 anos, alcançando 21,4% da população, ou 1.435 idosos. Lagoinha vem em seguida, com 984 nessa faixa etária, que representam 20,4% dos seus 4.819 moradores. A terceira é Redenção da Serra, cuja população de 3.837 pessoas conta com 20% de mais velhos (763).
Completam o ‘Top 10’ na região as cidades de Piquete (19,7% da população com mais de 60 anos), São Bento do Sapucaí (19,2%), São Luiz do Paraitinga (18,7%), Monteiro Lobato (18,3%), Cunha (17,8%), Bananal (17,8%) e Arapeí (17,5%).
No geral, 25 cidades do Vale têm média de população com mais de 60 anos acima do índice da região, de 15%. Com cerca de 40% dos casos da Covid-19 da região, São José dos Campos tem 14,6% dos seus 710,6 mil habitantes com mais de 60 anos, representando um contingente de 103,8 mil pessoas.
VULNERABILIDADE.
As cidades pequenas e médias da região, que têm os maiores percentuais de pessoas com mais de 60 anos entre a população, são as que mais preocupam os pesquisadores para a disseminação da Covid-19, pela baixa capacidade de atendimento do sistema de saúde e os menores indicadores sociais da região, implicando os idosos diretamente.
E essas cidades estão conectadas, direta ou indiretamente, com os maiores municípios do Vale, que concentram a maior parte dos casos confirmados da doença e funcionam com ‘hubs’ de conexão para a eventual disseminação da Covid-19.
Um deles é São José dos Campos, que tem conexão com outros 30 municípios da região –77% do Vale–, além de ligações com Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. As duas capitais são os epicentros da doença no país e Campinas está entre os municípios com mais casos no interior do estado.
Taubaté é o segundo município com mais conexões (28) com outras cidades do Vale, além de ligação com a capital paulista. Ambos os municípios funcionam como unidades de espalhamento da doença para as cidades médias e pequenas, segundo estudo de pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre o novo coronavírus.
“Esta rede de conexões é uma expressão da conectividade do espaço metropolitano. Ela nos ensina que se não estamos isolados, não somos uma ilha, nenhuma estratégia de combate à Covid-19, que tem os indivíduos e seus deslocamentos como elo fundamental em seu ciclo de transmissão, pode ser pensada apenas olhando os domínios municipais”, disse o pesquisador Antonio Miguel Vieira Monteiro, um dos coordenadores do estudo, que foi feito pelo LiSS (Laboratório de Investigação em Sistemas Socioambientais, do Inpe.
“A mobilidade é a essência na constituição da epidemia, através da chegada e instalação da transmissão sustentada do vírus”.
SUB-REGIÃO.
O estudo apontou que a RMVale tem duas das suas cinco sub-regiões com maior risco para desenvolver um surto local da doença, com expansão suficiente para colapsar o sistema de saúde. E pior: provocar transtornos a municípios vizinhos e com menor vulnerabilidade.
Os pesquisadores concluíram que a região tem extremos preocupantes, com cidades com quase nenhum equipamento e cobertura de saúde enquanto outras têm indicadores entre os melhores do país. Essa desigualdade pode desequilibrar o combate à Covid.
As mais vulneráveis são as sub-regiões formadas pelas cidades do Vale Histórico e as da Serra da Mantiqueira com os municípios na rota do litoral –São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra, por exemplo–, mas também cidades maiores e com melhor sistema de saúde, como Taubaté e Pindamonhangaba.
A sub-região formada pelas cidades entre Roseira e Piquete, incluindo Guaratinguetá e Cunha, foi classificada com um risco médio para a disseminação do vírus.
Já a sub-região que abriga São José dos Campos, Jacareí e cidades ao entorno, em razão da capacidade dos dois maiores municípios, tem melhor capacidade de combater o vírus.
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