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Trabalho doméstico cresce 10,2% no total de ocupadas
Serviços domésticos tem se caracterizado por mulheres de baixa escolaridade, negras, mais velhas e com maiores responsabilidades em suas próprias famílias
Estudo da Fundação Seade mostra que, em 2018, o trabalho doméstico voltou a crescer na Região Metropolitana de São Paulo. O aumento de 10,2% no contingente de ocupadas foi o maior entre todos os segmentos de atividade considerados.
Essa elevação refletiu os acréscimos para as mensalistas sem carteira de trabalho assinada (25,8%), as diaristas (11,8%) e, com menor intensidade, as mensalistas com carteira assinada (2,5%).
O envelhecimento da categoria pode ser verificado pelo forte crescimento da parcela de mulheres com 40 anos e mais (de 29,7% para 73,6%, entre 1992 e 2018) e, consequentemente, redução daquela com 25 a 39 anos (de 40,0% para 23,1%, no mesmo período).
Esse movimento está relacionado, em grande parte, à falta de renovação da mão de obra nessa categoria. O trabalho doméstico deixou de ser a principal forma de entrada no mercado de trabalho para as jovens de baixa renda. O aumento do nível de escolaridade entre as jovens ampliou suas possibilidades de escolha por uma ocupação, permitindo-lhes dar preferência àquelas com maiores chances de progresso e status profissionais e que oferecem mais ou melhores benefícios e remuneração.
Em 2018, o nível de escolaridade das empregadas domésticas ainda se concentra no ensino fundamental incompleto (40,6%), mas 31,5% já haviam concluído o nível médio. O contingente nos serviços domésticos permanece caracterizado por mulheres de baixa escolaridade, negras, mais velhas e com maiores responsabilidades na condução de suas próprias famílias: a proporção de chefes aumentou consideravelmente (de 15,1%, em 1992, para 41,8%, em 2018) e continua bem acima do que para o total de mulheres ocupadas (26,4%).
Nesse último ano, as mensalistas com carteira assinada passaram a receber, em média, R$ 8,37/hora, as sem carteira, R$ 7,33/hora e as diaristas, R$ 11,45/hora. Embora o rendimento médio por hora das diaristas seja alto em comparação aos demais, elas apresentam jornada de trabalho mais curta (24 horas por semana), o que faz com que seus rendimentos no mês sejam menores.
Além das condições de trabalho peculiares das empregadas domésticas e de seus baixos rendimentos, parcela considerável delas não possui qualquer forma de proteção trabalhista e previdenciária. Chama atenção o fato de 87,8% das mensalistas sem carteira assinada não contribuírem para a previdência social. Situação semelhante é verificada entre as diaristas: 79,1% delas não contribuíam para a previdência, no mesmo período.
Consulte aqui a íntegra da pesquisa.
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