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22.04.2019

Cidade sobe na atividade industrial de São Paulo e gera mais riqueza

Cruzeiro do Sul – 20/04/2019
A Região Administrativa de Sorocaba, composta por 47 municípios, aumentou sua contribuição no Valor da Transformação Industrial (VTI) estadual de 4,7% para 6,8% entre 2003 e 2016 e é a quarta mais potente do Estado. O estudo é feito pela Fundação Seade e leva em conta 25 segmentos. O VTI é a riqueza produzida pela atividade industrial e baseia-se na Pesquisa Industrial Anual (PIA).
Apenas Sorocaba, segundo o estudo, é responsável por 2,4% do VTI estadual e ocupa o 9º lugar no ranking dos municípios paulistas com maior participação econômica.
A contribuição do Estado de São Paulo no VTI brasileiro, segundo a Fundação Seade, teve queda de 6,8%, passando de 43,8% em 2003 para 37,5% em 2016. Em relação às regiões do Estado, a considerável diminuição da participação da indústria da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), cuja contribuição para o VTI paulista caiu de 40,6% para 30,9%, beneficiou as regiões próximas, como Campinas e Sorocaba.
Segundo a Fundação Seade, a RA de Campinas, com o maior crescimento entre as regiões, passou a ser responsável por 30,2% do VTI paulista em 2016 e a de Sorocaba tem o segundo maior avanço.
Entre os municípios com maior participação, São Paulo aparece no topo, mesmo com queda registrada entre 2003 e 2016, caindo de 14,8% para 9%. Paulínia é o segundo do ranking, com 5,4% da contribuição. São José dos Campos, Cubatão, Guarulhos, São Bernardo do Campo, Campinas e Jundiaí também aparecem à frente de Sorocaba, que está em 9º lugar.
A 10ª cidade com maior participação no VTI paulista é Piracicaba. Americana, Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul, em 2003, estavam entre os 20 maiores VTIs, mas em 2016 desceram no ranking. Já Sumaré, Indaiatuba e Hortolândia antes não apareciam no levantamento e agora estão em 15º, 16º e 17º lugares, respectivamente.
Sorocaba contribuiu com o VTI paulista por meio de dez segmentos industriais. No setor de bebidas, a cidade manteve a 9º posição no ranking, que é liderado por Jundiaí. Em 2003, Sorocaba não tinha atividade industrial no ramo de produtos de madeira, mas, em 2016, segundo a Fundação Seade, foi responsável por 1,4% do VTI gerado nesse segmento, ficando na 10ª posição.
O mesmo ocorreu no setor de impressão e reprodução de gravações. No primeiro ano do estudo, Sorocaba não tinha indústria realizando esse tipo de trabalho, mas, em 2016, contribuiu com 2,1% do VTI, aparecendo em 11º.
No setor de borracha e material plástico, Sorocaba teve uma grande evolução, passando de 1,3% para 4% entre 2003 e 2016. Dessa maneira, a cidade ascendeu nove posições e atualmente aparece em 6º no ranking, que é liderado por São Paulo, com 13,9%.
Em contrapartida, o setor de metalurgia enfraqueceu no município em 13 anos e perdeu seis posições no ranking, hoje em 20º, com 0,9% de participação. Na categoria produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, Sorocaba está em 5º, o que mostra uma ascensão de quatro posições.
A cidade mantém bons resultados no segmento de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, com 10,2% de participação e em 4º lugar no ranking. A capital foi a que registrou maior queda. Em 2003, São Paulo era líder nesta categoria, com contribuição de 22%.
Em 2016, segundo o estudo, ficou em 7º, com 6,6%, sendo desbancada por Jaguariúna, Hortolândia, Sorocaba, Taubaté, Jundiaí e Campinas. Na indústria de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, Sorocaba é o terceiro do ranking paulista, com participação de 9%. Em 2003, aparecia em 4º lugar, com contribuição de 4,7%.
A produção de veículos automotores rendeu a Sorocaba também a 3º colocação, sendo a cidade responsável por 6,5% do VTI paulista neste segmento em 2016. Em 2003, era a 9º, com 2,8%. A montadora Toyota se instalou em Sorocaba em 2012. São Bernardo do Campo, apesar da queda de 25,9% para 16,4%, segue no topo.
Nos últimos 15 anos, a indústria brasileira reduziu sua contribuição no Valor da Transformação Industrial (VTI) por conta das terceirizações, avalia o diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos.
?Limpeza, portaria e até atividades-meio foram terceirizadas, transferindo a riqueza produzida para o setor de serviços, por exemplo.? Ainda assim, destaca Syllos, Sorocaba conseguiu se manter estável no setor e ampliou seu parque industrial, diversificando as atividades.
O empresário chama a atenção para a evolução da cidade no setor de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos. Nos últimos anos, destaca Syllos, Sorocaba recebeu universidades e novos cursos voltados para tecnologia e Indústria 4.0. ?As faculdades hoje interagem muito com o setor produtivo e nos próximos anos a cidade tende a ficar conhecida por conta de suas atividades tecnológicas?, afirma.
Além de informática e eletrônicos, a presença do setor automotivo, de energias renováveis e também de metalurgia fazem com que a cidade não concentre suas atividades e assim tenha a economia mais fortalecida. ?Na década de 60 tudo era concentrado na indústria têxtil, que acabou de forma brusca e afetou gravemente a economia sorocabana. A diversidade traz mais segurança?, diz o diretor do Ciesp.