Imprensa

07.12.2021

Região de Bauru é a 4.ª maior produtora de etanol do Estado de SP, aponta Seade

Jornal da Cidade de Bauru – 05/12/2021

Localizada no Centro do Estado, servida de rodovias que garantem boa logística e com qualidade do solo favorável, a região de Bauru figura como a quarta maior produtora de etanol do Estado, atrás apenas de São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Araçatuba. Segundo levantamento elaborado pela Fundação Seade com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a região produz 17,3 mil metros cúbicos por dia do insumo, o que corresponde a 10% da capacidade paulista, de 169,4 mil m³/dia.

A região de Bauru é abrangida por 37 cidades, sendo que, destas, 11 são produtoras de etanol. Conforme o Seade, as usinas com maior capacidade regional são a Raízen de Barra Bonita, com 3,9 mil m³/dia (a empresa também tem unidades em Bocaina, Dois Córregos e Jaú); a Renuka de Promissão, com 2,5 mil m³/dia; e a Açucareira Quatá de Macatuba, com 1,8 mil m³/dia (outra unidade da empresa, com produção quase igual, está instalada em Lençóis Paulista).

“Toda esta área, de Ribeirão Preto até Presidente Prudente, tem uma produção sucroenergética muito forte, que vem se desenvolvendo há muitos anos, com crescimento mais acentuado a partir de 2003. Depois, Araçatuba e São José do Rio Preto também começaram a ganhar destaque”, observa a analista da gerência de economia do Seade, Margarida Kalemkarian.

Segundo o estudo do Seade, a região de São José do Rio Preto produz 30,8 mil m³/dia; Ribeirão Preto, 24,4 mil m3/dia; e Araçatuba, 22,5 mil m³/dia. Muito em função destes quatro polos, o Estado concentra, hoje, 45% da produção de etanol no País, sendo que, das 360 usinas credenciadas na ANP, 149 estão em território paulista. O Estado, aliás, é líder nacional na produção de cana-de-açúcar, concentrando mais da metade da área plantada (5,5 milhões ha) e da quantidade colhida (425,6 milhões t). Os dados são de 2020.

COMPETITIVIDADE

Especialistas ouvidos pelo JC avaliam que a região de Bauru, assim como o Estado, continuará exercendo este protagonismo, porque as usinas paulistas perseguem, permanentemente, a meta de aumentar a produtividade, com investimento em tecnologia que garanta, também, maior sustentabilidade para seus negócios.

“Quando falamos de commodities agrícolas, que têm preços ditados pelo mercado, os processos precisam ser cada vez mais eficientes, baixando custos. E, por meio da tecnologia, da pesquisa, estas empresas estão tornando seus processos não só mais eficientes, mas também sustentáveis. Com as certificações ambientais que podem ser obtidas, se tornam mais competitivas, o que nos posiciona muito favoravelmente no mundo e nos dá certeza de um futuro ainda mais promissor”, avalia Eduardo Vasconcellos Romão, presidente da Associação Mundial dos Produtores de Beterraba Açucareira e de Cana (WABCG) e da Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú (Associcana). De acordo com ele, os resultados nestes últimos anos só não foram melhores porque o setor tem sido impactado por secas prolongadas, o que derrubou a produção de cana-de-açúcar por safras consecutivas. Some-se a isso a demanda energética crescente neste pós-pandemia, o que elevou o preço do etanol, também pressionado pela alta da gasolina. “Faltou matéria-prima para gerar mais etanol. E quase tudo do que é produzido é consumido pelo mercado interno”, completa.