Imprensa

03.07.2020

Prefeitura de Rio Preto prepara hospital de campanha no Santo Antônio

Diário da Região, de SJRio Preto – 2/07/2020
Com a Santa Casa lotada e o Hospital de Base com metade dos leitos de UTI ocupados, a Secretaria de Saúde de Rio Preto planeja um hospital de campanha no complexo de saúde do Santo Antônio. Os preparativos começaram nesta quinta-feira, 2, com um acordo com a faculdade Faceres, que tem um centro escola no local.
Uma reunião do Comitê de Enfrentamento da Pandemia de Covid-19 da Prefeitura está prevista para esta sexta-feira, 3, para definir detalhes do futuro hospital. “Uma reunião para ver quem vai cuidar do quê. Um vai ficar responsável pelos respiradores, outro pelo RH para contratar médicos e equipes, e assim por diante”, afirmou o assessor especial da Saúde, André Luciano Baitello.
Entre os rio-pretenses, são 258 pacientes internados – 82 em UTI e 176 em enfermaria. O número é o maior desde o início da pandemia. Para atender a essa demanda, a Saúde do município já fechou convênio com o Estado para 18 leitos de enfermaria no Hospital da Associação São Francisco de Assis na Providência Divina, em Jaci. Os pacientes começaram a ser encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à cidade nesta quinta-feira. A Secretaria informou que o custo do convênio será de acordo com o uso, mas não divulgou quanto custará cada leito.
Segundo Baitello, membro do comitê gestor, a ideia da Saúde é deixar tudo pronto no Santo Antônio nos próximos dez dias, como uma alternativa para evitar falta de leitos. O pronto-socorro do bairro passou por reforma no fim do ano passado. “É deixar tudo certo, porque se entrarmos numa situação pior, o que pode acontecer, nós abrimos para atender”, disse. A primeira opção para o hospital de campanha havia sido o Hospital Dia, na avenida Philadelpho, mas o local foi descartado devido aos custos de uma reforma que seria necessária.
Um dos presidentes da Faceres, Toufic Anbar Neto afirmou que a faculdade está à disposição da Secretaria para colocar o hospital de campanha em operação, caso haja necessidade. “O que pudermos fazer, vamos fazer. Assim que o secretário perguntou se poderíamos ajudar, nos colocamos à disposição”, afirmou.
Internações
A região de Rio Preto está com mais da metade dos leitos de Covid-19 ocupados por pacientes com confirmação da doença ou aguardando resultado do teste. Segundo dados da Fundação Seade, as 102 cidades do Departamento Regional de Saúde (DRS) contam com uma média de 307 novos casos todos os dias. No acumulado, são 7.423 doentes por coronavírus e 235 mortes – os dados não levam em conta cidades como Olímpia, que faz parte da DRS de Barretos, e Ilha Solteira, da DRS de Araçatuba.
Com 72 novas internações nesta quinta-feira, 2, a taxa de ocupação de leitos de UTI de Covid na região chegou a 52,3%, enquanto a taxa de ocupação na enfermaria ficou em 39,4%. Cidades importantes na absorção desses pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como Votuporanga e Jales, estão no limite ou próximo da lotação máxima.
Em Jales, o último boletim divulgado pela prefeitura informou que os leitos de UTI da Santa Casa estavam 100% ocupados e 90% da enfermaria também estava lotada.
Em Rio Preto, a Santa Casa também está em alerta pela alta taxa de ocupação. Responsável por atender os pacientes da cidade pelo SUS, o hospital fechou o balanço de internações desta quinta com 83% da UTI ocupada e 92% dos leitos de enfermaria com pacientes.
No hospital, um paciente com Covid fica internado na enfermaria numa média de sete dias. Já na UTI esse tempo médio passa para 20 dias. “A gente tem passado esses números duas, três vezes por dia para a Secretaria de Saúde. O diálogo sobre a necessidade tem sido tranquilo, para outros hospitais ajudarem”, afirmou o administrador do hospital, Valdir Furlan.
Hospital de Base
Com a lotação de hospitais da região, o Hospital de Base, responsável por atender toda a DRS-15, também vê aumentar a ocupação de leitos. Nesta quinta-feira, os 117 leitos de UTI em funcionamento exclusivos para tratamento de coronavírus chegou a 52% de ocupação. Já na enfermaria, o balanço foi de 26% de internação nas 280 vagas.
A administradora do HB, Amália Tieco, reforçou a preocupação por falta de leitos. “Tudo que acontece na região, reflete no HB. Com a região lotada, o hospital também vai lotando. A população precisa intensificar as ações de prevenção porque estamos num momento mais crítico”, alertou a médica.
(Colaborou Guilherme Baffi)