Imprensa

13.04.2021

Impactos da pandemia sobre os ocupados foram intensos na RMSP

De acordo com estudo do Seade, os impactos sobre o mundo do trabalho foram intensos devido à pandemia do Covid-19. Na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, além da diminuição do contingente de ocupados em 1,37 milhão, os 8,2 milhões de pessoas que estavam ocupadas, em 2020, também foram afetadas.
Ao final de 2020, 18% dos ocupados na RMSP haviam sido afetados simultaneamente pelos mecanismos adversos de ajustes frente à pandemia – redução de jornada, interrupção de trabalho por 15 dias e mais e diminuição de rendimento. Este grupo corresponde a 51% dos ocupados que receberam o auxílio emergencial.
Teletrabalho foi alternativa para os ocupados com ensino superior
 Esta modalidade de trabalho no ambiente domiciliar foi adotada por 2,2 milhões de ocupados, 26% do total, sendo que 19,5% permaneciam em teletrabalho no final de 2020.
Além de envolver uma minoria, o teletrabalho foi alternativa disponível de forma desigual para os ocupados:

  • A parcela de mulheres em teletrabalho é superior à de homens.
  • Praticamente inexistiu entre aqueles com ensino fundamental incompleto, mas chegou a 63% entre os com ensino superior, 1,4 milhão de pessoas.
  • Foi mais utilizado no setor de serviços, onde 39% dos ocupados adotaram esta modalidade.
  • Mais da metade dos assalariados do setor público estiveram em teletrabalho, parcela que diminui para 34% entre assalariados com carteira no setor privado.

Conta própria e domésticos foram os que mais tiveram interrupção de trabalho
 Entre os ocupados que permaneceram no mesmo posto de trabalho entre 2019 e 2020 (cerca de 6,5 milhões de pessoas), 44% tiveram interrupção de 15 dias ou mais no trabalho durante a pandemia, ou seja, 2,9 milhões de pessoas. A interrupção afetou de forma mais intensa os ocupados que tinham inserção mais precária:

  • ocupados na construção civil foram mais afetados que os dos demais setores;
  • trabalhadores por conta própria, em especial os informais, e domésticos foram mais atingidos que assalariados;
  • parcela de ocupados de baixa escolaridade com interrupção de trabalho é muito maior que a dos que têm ensino superior completo.

29% dos ocupados têm jornada menor que antes da pandemia
 Desde o início da pandemia, alguns setores precisaram adotar horários diferentes de funcionamento, afetando a jornada de trabalho dos ocupados. Na RMSP, entre os ocupados que não mudaram de trabalho, 29% diziam, ao final de 2020, que sua jornada era menor que antes da pandemia, um contingente de 1,9 milhão de pessoas.
37% dos ocupados tiveram redução de rendimento do trabalho
 As interrupções de trabalho e a menor demanda por serviços resultaram em diminuição do rendimento para 37% dos ocupados que não mudaram de trabalho entre 2019 e 2020, cerca de 2,4 milhões de pessoas. Outros 6% chegaram a ficar sem qualquer rendimento por um período. Por isso, o auxílio emergencial, recebido por 16% desses ocupados, foi tão importante para recompor a renda na RMSP.
Também no caso da redução de rendimento, os ocupados com baixa escolaridade foram mais atingidos que os com ensino superior (44% e 29%, respectivamente). E o impacto foi proporcionalmente maior entre segmentos com inserção mais precária:

  • ocupados na construção civil foram os mais afetados, seguidos por aqueles que trabalham no comércio;
  • 63% dos trabalhadores autônomos tiveram redução de renda, parcela que corresponde a 27% entre os assalariados.

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