Imprensa

27.05.2021

Desemprego afeta mais os responsáveis pelo domicílio

A pandemia da Covid-19 alterou a inserção no mercado de trabalho da RMSP, tanto pela dificuldade em manter a ocupação como em procurar trabalho. De acordo com estudo do Seade, a intensa redução da ocupação na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) resultou em forte aumento do contingente desempregado, que cresceu de 1,4 milhão para 1,9 milhão de pessoas, entre o final de 2019 e 2020.
Outra mudança expressiva foi o aumento da inatividade, fazendo com que a parcela de inativos crescesse de 2,9 milhões de pessoas para 3,8 milhões, entre o final de 2019 e de 2020, entre as pessoas de 18 anos e mais.
Desempregados
Redes sociais foram o meio mais frequentemente utilizado para procurar trabalho
Os meios utilizados pelos desempregados para procurar trabalho mostram inovações neste processo. Perguntados sobre onde procuraram trabalho, 71% dos desempregados indicaram as redes sociais e internet, que foram utilizadas sozinhas ou em combinação com outros. Ademais, 26% indicaram ter utilizado o WhatsApp. Por outro lado, meios mais tradicionais mostraram menos utilizados: 18% realizaram contato telefônico e 49% realizaram visita presencial.
A análise do perfil dos desempregados segundo meio de procura mostra que as redes sociais foram mais utilizadas por homens, pessoas de 18 a 24 anos e com pelo menos o ensino médio completo. A busca por meio de visita presencial foi mais utilizada por mulheres, pessoas com 40 anos e mais e que não concluíram o ensino médio. A parcela de desempregados negros que utilizou as redes sociais para procurar trabalho (68%) é inferior à de não negros (75%).
Aumentou o desemprego de responsáveis pelos domicílios
Com a disseminação da pandemia, o perfil dos desempregados da RMSP mostrou maior presença dos grupos responsáveis pela manutenção dos domicílios:

  • a parcela de chefes de domicílio cresceu de 27% para 31%, com declínio entre cônjuges e filhos;
  • elevou-se de 31% para 36% a parcela de pessoas com 40 anos e mais, com diminuição entre as pessoas em faixas etárias mais jovens.

Ademais, aumentou de 43% para 45% a parcela de homens, com diminuição da parcela de mulheres. E cresceu o percentual de pessoas com menor escolaridade, que não haviam concluído o ensino médio.
26% realizaram algum “bico” para sobreviver na pandemia
Para sobreviver, 485 mil pessoas desempregadas (26% do total) realizaram algum “bico” durante a pandemia, isto é, uma atividade sem continuidade ou regularidade. Por perfil, entre chefes de domicílio, homens, pessoas de 40 anos e mais e aquelas que não chegaram a concluir o ensino médio, a parcela que realizou “bicos” é superior à média.
Entre os desempregados, mais de 900 mil pessoas (quase 50%) informaram ter recebido o auxílio emergencial em 2020.
 
Inativos
22% dos inativos não procuraram trabalho por causa da pandemia
Entre o contingente que estava inativo no final de 2020, 44% migraram para esta condição de atividade no período da pandemia, sendo que 35% estavam ocupados no ano anterior. Os demais estavam desempregados anteriormente e, pelas dificuldades de conseguir trabalho, não estavam procurando trabalho no final de 2020.
A crise sanitária dificultou a procura por trabalho para 22% dos inativos, um contingente de 838 mil pessoas. Entre os homens, este é o motivo mais citado para não ter procurado trabalho e estar na inatividade.
As medidas de isolamento para enfrentar a COVID-19 ampliaram a necessidade de algum membro adulto cuidar da casa ou de outros membros da família. Esse foi motivo indicado por 33% dos inativos para não procurarem trabalho, sendo que, entre as mulheres, 45% o mencionam como razão para estar nessa condição de atividade.
Inatividade agrega mais chefes de domicílio e homens em 2020
O perfil estrutural dos inativos não se alterou entre 2019 e 2020. No entanto, alguns grupos tiveram sua participação neste segmento ampliada, coerente com o desalento provocado pela pandemia. Assim, chefes de domicílio, homens, pessoas com ensino médio ou superior e com 60 anos e mais ganharam participação no total de inativos.
Consulte aqui a íntegra.