Imprensa

13.04.2018

Após seis anos em alta, número de casamentos tem redução na região de Campinas

Site G1 – Campinas
O número de casamentos na Região Metropolitana de Campinas (RMC) voltou a cair depois seis anos com aumentos gradativos. Os dados atualizados, com base em informações dos Cartórios de Registro Civil, foram divulgados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) nesta quinta-feira (12) e seguem a tendência dos números no Estado. Especialista vê possível influência da crise.
O levantamento mostra que em 2016, último ano analisado, foram registrados 21.936 novos matrimônios na RMC contra 22.211 em 2015 (queda de 1,23%). Entre 2009 e 2015, no entanto, a região registrou elevação de 26,01% nas uniões oficializadas.
Em relação ao Estado, o estudo aponta declínio nos casamentos legais depois de período de tendência crescente em praticamente todos os anos das décadas de 2000 e 2010. Em 2016, foram registrados 296.546, 8.845 a menos que o registrado no ano anterior (305.391), com queda de quase 3% no volume.
Professor da Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba (Fumep), o cientista social Luis Fernando Amstalden aponta que existe uma tendência à diminuição das uniões legais por conta de uma flexibilição da sociedade em aceitar outros tipos de relações. “Hoje as pessoas vivem juntas, muitas vezes, sem casamento oficial”, exemplifica.
Ele também aponta a possibilidade de influência da crise econômica.
“Tem uma relação de instabilidade que a crise traz em relação à empregabilidade, ao futuro. Vivemos um momento político tenso que, evidentemente, ele traz preocupação em termos de futuro para todo mundo. Eu acho que, considerando o começo da nossa crise, acho que isso também pode ter influenciado no sentido das pessoas protelarem seus planos”.
Em boletim de análise dos dados, a fundação aponta que o perfil da nupcialidade indica que nos últimos anos, no Estado de São Paulo, houve progressivo aumento da idade média ao casar para ambos os sexos e redução da diferença entre as idades dos cônjuges, que ficaram inferiores a três anos. O mês de dezembro foi o preferido para o início da união. E o dia mais procurado foi sábado que manteve sua hegemonia.
?Verifica-se, também, aumento de arranjos nupciais decorrentes do crescimento gradativo de matrimônios entre recasados, sobretudo de divorciados, além das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo que vêm se colocando?, aponta o estudo, assinado pelas pesquisadoras Rosa Maria Vieira de Freitas e Elizabeth Fuzisaki.