Imprensa

28.01.2020

22% dos paulistanos afirmam que só saem de casa para estudar ou trabalhar, aponta pesquisa

Folha de S. Paulo – 24/01/2020
Se não for para trabalhar ou estudar, 9 em cada 100 paulistanos, ou 22%, dizem não sair de casa nem no dia a dia nem aos finais de semana. A explicação está na preferência por ficar no conforto do lar e na falta de dinheiro. Já para quem tem mais de 60 anos, a dificuldade de locomoção é a principal justificativa.
Em nenhuma das regiões da capital paulista , que completará 466 anos no próximo sábado (25), a insegurança aparece entre os principais motivos para as pessoas não saírem.
É o que mostra uma pesquisa realizada pela Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), do governo do estado, que entrevistou 2.100 domicílios da cidade, no fim do ano passado.
O percentual dos que não costumam sair de casa é menor na região sul e no centro ampliado, que inclui bairros centrais como Sé, Bela Vista, Bom Retiro, Liberdade, República e Santa Cecília, mas também distritos da zona oeste como Pinheiros, Itaim Bibi, Jardins, Lapa, Perdizes, Vila Leopoldina, Butantã, Morumbi, e da zona sul, como Vila Mariana, Saúde, Moema, Ipiranga e Jabaquara.
Fora das idas ao trabalho e ao local de estudo, os principais destinos dos paulistanos são comércio nas imediações de casa, visitas a parentes e amigos e atividades de lazer, como passear, ir a bares e shoppings.
Quase 16% das pessoas vão a cultos, missas ou giras, proporção que cresce com a faixa etária. Mas apenas 8% menciona a ida ao cinema, teatro, show ou biblioteca e só 1 em cada 10 pessoas sai de casa para fazer esportes –parcelas que crescem entre as famílias de maior renda.
O estudo mostra também que a população é envelhecida no centro ampliado e mais jovem nas regiões leste 2 e sul (ver mapa). No centro ampliado também está a maior parcela dos paulistanos que têm ensino superior (quase o dobro das demais regiões), trabalho formal e maior renda.
Já nas regiões periféricas, a taxa de desocupação é maior. A força de trabalho residente no município é estimada em 6,45 milhões de pessoas e 825 mil pessoas estão desocupadas em São Paulo.
Em média, o rendimento domiciliar per capita na cidade é de R$ 48 por dia. Mas, nas favelas, a renda per capita é de só R$ 13 por dia. O ganho familiar do centro ampliado é 63% maior que a média da cidade.
A imagem de cidade verticalizada também descreve apenas o centro ampliado, já que nas outras regiões as casas são predominantes. A zona leste concentra a maior proporção de casas térreas e a zona sul, de sobrados.